Caracterização mecânica de madeiras deterioradas em campo por meio de ultrassom e flexão estática

Autores

  • Diego Martins Stangerlin Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais, Campus Universitário de Sinop. Sinop, Mato Grosso, Brasil.
  • Janaína De Nadai Corassa Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais, Campus Universitário de Sinop. Sinop, Mato Grosso, Brasil.
  • Darci Alberto Gatto Universidade Federal de Pelotas, Centro de Engenharias, Faculdade de Engenharia Industrial Madeireira. Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil
  • Roberto Lessa Pereira Universidade Federal de Pelotas, Centro de Engenharias, Faculdade de Engenharia Industrial Madeireira. Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil
  • Patrícia Aparecida Rigatto Castelo Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais, Campus Universitário de Sinop. Sinop, Mato Grosso, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.14295/cs.v6i3.828

Palavras-chave:

biodeterioração, ensaio de campo, flexão estática, ultrassom

Resumo

Este estudo objetivou avaliar a resistência natural da madeira de quatro espécies florestais submetidas à deterioração em campo, por meio de ensaios não destrutivos de ultrassom e destrutivos de flexão estática. Para isso, toras de 1,2 m de comprimento de Tectona grandis (teca), Azadaractina indica (nim), Inga sp. (ingá) e Bagassa guianensis (tatajuba) foram submetidas à deterioração em ensaios de campo durante 18 meses, no município de Sinop-MT. A partir de toretes sadios, foram retirados corpos de prova para caracterização inicial dos módulos de elasticidade e de ruptura à flexão estática. Ao final do período de exposição, foram retirados corpos de prova em três posições das toras (parte enterrada, zona de afloramento e parte aérea). Os corpos de prova deteriorados foram submetidos à caracterização não destrutiva, por meio de ultrassom, em que foram determinadas as velocidades de propagação de ondas. Os corpos de prova que apresentaram as menores velocidades de propagação foram submetidos aos ensaios de flexão estática. Os resultados obtidos foram comparados àqueles dos corpos de provas sadios, de modo a caracterizar o grau de deterioração da madeira. Mediante os ensaios de ultrassom verificou-se que os corpos de prova retirados da zona de afloramento das toras apresentaram menor velocidade de propagação de ondas. Dentre as espécies estudadas, a teca e tatajuba apresentaram a maior e menor resistência natural, respectivamente.

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Biografia do Autor

Diego Martins Stangerlin, Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais, Campus Universitário de Sinop. Sinop, Mato Grosso, Brasil.

Graduado (2007) e Mestre (2009) em Engenharia Florestal pela Universidade Federal de Santa Maria. Doutor (2012) em Ciências Florestais pela Universidade de Brasília. Professor Assistente I da Universidade Federal de Mato Grosso - Campus Sinop - desenvolvendo atividades de ensino e pesquisa no Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais (desde 2010). Experiência na área de Recursos Florestais e Engenharia Florestal, com ênfase em Tecnologia e Utilização de Produtos Florestais (Secagem e Biodeterioração da Madeira).

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Publicado

2015-12-29

Como Citar

Stangerlin, D. M., Corassa, J. D. N., Gatto, D. A., Pereira, R. L., & Castelo, P. A. R. (2015). Caracterização mecânica de madeiras deterioradas em campo por meio de ultrassom e flexão estática. Comunicata Scientiae, 6(3), 365–372. https://doi.org/10.14295/cs.v6i3.828

Edição

Seção

Artigos